Mais Uma Entre Essas Histórias


Ela buscava um grande amor e, finalmente, esse dia chegou. Bastou um olhar e a empatia falou por si só. Daquele dia em diante, ao menos no seu mundo, seu caminho rumo a felicidade estava então traçado. Um momento para entrar para a sua história particular. Afinal, se sentia motivada pelo dito amor verdadeiro, amor incondicional, o qual poderia ser levado até as últimas conseqüências, desde que fosse legítimo. Alguns dias se passaram e o primeiro passeio chegou. A noite fez sua parte, a lua brilhava e as estrelas a acompanhavam. Nada mais poderia dar errado. De fato, tudo saiu perfeito. A companhia era a melhor do mundo. O que mais desejar então? Nada. Porque era somente aquela paz, aquele sentimento, aquela ternura e aqueles laços que faltavam em sua vida. Todo o resto, viria ao acaso, pelo esforço ou por merecimento, porque o principal já havia encontrado, ou talvez, tenha sido encontrada.
O tempo passou e a medida que os dias se acumularam, mais intenso e profundo ficava aquele sentimento. A dependência já fazia parte de sua vida e, essa mesma vida, poderia ser entregue em troca da eternidade dos momentos juntos. E veio aquela viagem, e mais uma e outra. Cada qual fazia parte de um tempo que não mais voltaria. Os melhores dias, as melhores noites e as mais prazerosas tardes. Aventuras, conhecimento, felicidades e até tristezas divididas, como havia de ser. E em meio a tantas alegrias, provavelmente, vieram os dias ruins, de tempestades infinitas. O piores, os amargos e estranhos dias. Nessas datas, toda e qualquer credibilidade de se manter os caminhos juntos se esgotavam, viravam cinzas, era como a água que passa e desliza entre os dedos das mãos. A única coisa que confortava, era a sábia idéia de que o sol voltaria a brilhar em meio a conturbada e fria chuva.
E assim dias melhores de fato vieram e, mais uma vez seu coração fora tomado pela imensa satisfação que era compartilhar aquele amor. A motivação surgia diariamente, ao se levantar, ao sentir o primeiro pensamento do dia, que era o seu amor. Ouvir a sua voz, esperar chegar o momento de mais um encontro, se entregar à beleza de seu sorriso.
Mas como saber se todo esse sentimento vem de ambas as partes? Como saber se ainda é o mesmo? O mundo muda, as pessoas mudam. Talvez esta seja a resposta mais aceitável. Certos fatos, não eram para serem entendidos, muito menos compreendidos. Como um perdão aparente, mas que no fundo, a dor, a cicatriz, jamais se apaga. Então, o perdão não foi totalmente consumado. Isso explica o que passou, isso explica o que veio depois e o que está por vir.
Naquele dia, como quem apaga letras num caderno velho e insignificante, as palavras ressoaram: "Já não te quero comigo". Ela então caiu mais uma vez...