
Às vezes é difícil aceitar quando as palavras são ditas de uma forma meio que sem pensar. Sei que acontece, mas não dá pra se acostumar, ainda mais quando essas palavras vem de pessoas as quais você se doa sem pensar, abre mão de muitas coisas sem hesitar, só para fazer esse alguém feliz.
Ela já havia conhecido o amor anteriormente, conhecido e também junto a ele passou por momentos ímpares, sem iguais, de uma simplicidade tamanha, mas de uma alegria incalculável. Da mesma forma, este mesmo amor havia a machucado, ferido com a pior dor que se possa sentir, totalmente sem escrúpulos e sem pena. O amor, palavra pequena, mas de intensidade indefinida. Ainda assim, ela deixou-se entregar mais uma vez, porque sabia que somente assim saberia o que é a felicidade. Apesar do risco, como dito em outros momentos, valia sim a pena se arriscar nesse precipício, onde para cair, bastava um passo em falso.
E por muitas vezes caiu, também por muitas vezes se levantou, mas se levantou porque não estava sozinha.
Como o tempo não pára, talvez ela se deixe levar ainda por aí, em outras aventuras, como quem deseja algo indesejável, como quem pressente o inevitável. Como quem espera pelo melhor.
Jamais andara totalmente na linha, experimentar era como que buscar pelo desconhecido, o que não era seu, mas o que confirmasse que ali poderia ser o seu lugar, se seu lar não estivesse a acolhendo como em outros tempos.
Mas de que importa agora, se o tempo foi arrancado, os sonhos tirados, é tão simples e ao mesmo tempo tão confuso. O medo fazia parte naqueles instantes, mas no resto do tempo, havia uma ausência de sentimento, talvez chamaria "o vazio", "o nada". Seria o frio parte de si?